Nas comunidades Guarani Mbya, as práticas tradicionais e as relações espirituais são emanadas da Opy (Casa de Reza). O convívio coletivo da comunidade, quando vão para a Casa de Reza, faz com que os Guarani Mbya aprendam uns com outros, enquanto realizam as atividades nos entornos da Opy. Lá, os mais velhos contam histórias com as quais os Guarani Mbya aprendem sobre quem são, quais são as formas corretas para seguir a caminhada Guarani Mbya, e como se relacionar com o meio em que vivem: com as pessoas, deuses, animais, espíritos, e o ambiente em que vivem. Todos estes elementos estão interligados, e não são divididos: para os guarani Mbya, tudo na natureza é dotado de espíritos e deuses protetores. A todos os seres são dotados de espiritualidade.

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Quando os deuses estão zangados, ou os Guarani Mbya sentem influências negativas na aldeia, eles vão até a Opy, para se purificar…

 

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Isso acontece porque os Guarani Mbya não podem abandonar sua busca pela purificação. Caso contrário, seus espíritos protetores, os nhe’e, podem deixar o seu corpo. Isso acontece quando as influências negativas, gerada quando os Guarani abandonam o nhandereko (sistema cultura Guarani Mbya), seu modo de vida. Isso decorre principalmente dos empecilhos que os juruá (não indígena) impõe, devidos aos limites territoriais, invasão de suas terras, desmatamentos, e pressão para que a cultura Guarani deixe de existir. É muito importante para os Guarani Mbya que o nhe’e fiquem com eles, pois são estes espíritos que irão guia-los pelo bom caminhar, aqui nesta terra, podendo ficar perdidos sem eles. Para fortalecer seu nhe’e, os Guarani Mbya vão frequentemente à Casa de Reza, onde entoam canções aos deuses, dançasm as músicas tradicionais, e ouvem as lideranças espirituais. A Opy (Casa de Reza) é importante para a formação da pessoa Guarani desde criança, quando é batizada no Nhemongaraí (batizado das pessoas e dos alimentos).

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As danças, as formas de rezar, cantos, o fumo do petynguá (cachimbo sagrado), fazem parte e são meios pelos quais os Guarani meditam na Casa de Reza, buscando fortalecer seu modo de ser, e assim, seguir seus nhe’e até as moradas sagradas. Algumas aldeias percebem Nhanderú Tenondé como o único deus, e outras comunidades, pensam em Nhanderú como o deus maior, que criou tudo inicialmente, inclusive outros deuses, que também cuidam e vivem neste mundo, ou na morada dos deuses… porém, as rezas e a  meditação na Casa de reza é uma prática comum em todas as aldeias.   

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Às vezes, por motivos materiais, algumas aldeias acabam perdendo suas Opy. Esta perda gera um impacto devastador sobre o modo de ser Guarani Mbya, pois estão impedidos de manter seu modo de ser, que encontra na Casa de Reza o fôlego que lhe dá vida! Sem a Casa de Reza, os Guarani Mbya ficam desprotegidos das influências negativas, e começam a perder seu mbya reko (modo de ser Guarani Mbya). A Tekoá Itaty – Aldeia Morro dos Cavalos teve sua Opy destruída, pois em 2012, sua estrutura acabou cedendo. Para continuar sua busca pela caminhada sagrada, através do sentimento do Teko Porã (bem viver com a natureza), os Guarani Mbya da comunidade de Morro dos Cavalos, junto a algumas organizações que apoiam a causa Guarani, lançaram uma campanha para a reconstrução de uma nova Opy na aldeia:

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Para mais informações sobre a campanha Opy– o chamado guarani, acesse ao link abaixo:

https://www.kickante.com.br/campanhas/opy-o-chamado-guarani

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