Neste processo de descoberta do Nhe’e, o Tataxina (fumaça sagrada) exalado do petynguá é essencial, pois a fumaça forma uma conexão, um portal pelo qual o Karaí e a Kunhã Karaí (anciões e anciãs que são lideranças espirituais da aldeia), ouvem e sentem Nhanderú Tenondé. Através do Karaí e da Kunhã Karaí, é transmitido aos demais Guarani Mbya os saberes sobre a origem de seus Nhe’e. Às vezes, durante a meditação e o transe pelo qual o Karaí e a Kunhã Karaí passam para descobrir a origem do Nhe’e, os anciões podem não ouvir direito o que Nhanderú fala, e assim o Nhe’e de uma pessoa pode ser trocado. Isso pode deixar a pessoa infeliz, pois não irá conseguir manter o seu Nhe’e próximo, ficando assim desprotegida, e distante da morada sagrada. Por isso, as vezes os adultos também são batizados, para descobrir o seu Nhe’e, e a fumaça do petynguá precisa ser respeitada para que o processo dê certo. Além de ser utilizado para batizar pessoas, durante o nhemongaraí o petynguá também é usado para batizar os alimentos, principalmente o milho e a erva mate, cujos grãos e ervas são sagrados, e recorrentes nas áreas em que os Guarani Mbya formam suas tekoá (espaço onde os Guarani Mbya mantem seu modo de ser), geralmente em biomas da Mata Atlântica.