Atualmente, os artesanatos guarani são confeccionados em três linhas:

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As esculturas em formas zoomórficas (em forma de animais), representam os animais com os quais os guarani convivem ou conviviam, e que possuem espíritos protetores, para os quais é preciso rezar e pedir permissão, antes de caçar e comer. Diferente das crenças que dividem natureza e ser humano, para os guarani existe uma relação de retorno entre os espíritos, as pessoas, e os animais. As pessoas podem se tornar animais, ou espíritos que protegem a natureza, dependendo de suas atitudes e de seguir ou não os costumes e regras guarani.

           

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Já os artesanatos produzidos para a venda, são coloridos e bonitos, para seduzir os juruá (não indígenas). Apesar de se inspirarem nos artesanatos que fazem para a aldeia, muitos animais produzidos, como dinossauros, girafas, elefantes, leões, não fazem parte das matas ou regiões em que vivem os guarani. Elaboram estes artesanatos através das técnicas de produção que advêm de sua cultura artesanal, mantendo-a, através das vendas de artesanato na cidade, preservando as habilidades artesanais.

(GONÇALVES, 2015, p. 20).

 

As cestarias são utilizadas para as mulheres guarani carregarem a colheita e as crianças, ou para guardar coisas. Está relacionada com o ser guarani verdadeiro, pois ambos são encarregados de guardar em si o que Nhanderú deixou: os alimentos sagrados guarani dentro dos cestos, e os espíritos protetores celestiais e terrenos, que compõe a pessoa guarani. Por isso, os grafismos presentes nos cestos e balaios carregam significados na cultura guarani. Já os cestos feitos para a venda, tem grafismos que imitam, mas não tem os mesmos significados, pois os juruá não entendem.

Fotos tirada por mim, na casa de Seu Roberto. (SILVA, 2015, p. 14).